domingo, 14 de fevereiro de 2010

A vida é dura

Lembro-me de te ver sonhar
sentada no vão da escada.
De rosto fúlgido a delinear
cada degrau da tua caminhada.

Nos longos trilhos que caminhaste,
foi-se erguendo uma muralha.
E tu bem longe me privaste
o sabor final da tua batalha.

Doce imaginei eu um dia,
mas que caminho foi o teu?
Caíste na cova da agonia
e o tempo não te amadureceu.

Como os ponteiros ganham lutas
furiosos e cansados da corrida.
Espadas humildes, mas astutas
que circulam traçando a vida.

E a tua vida posso resumir
na negra mancha que te cobre.
Já sem sonhos a florir.
Com fulgidez baça e pobre.

Terá sido culpa do destino
ou não deste valor ao tempo?
Correste sem alma, como felino.
foi por mero contratempo...

Mas não te escondas mais no medo,
já nem ele te segura.
E não mintas mais nesse segredo.
A verdade é que a vida é dura!

3 comentários:

  1. "Nos longos trilhos que caminhaste,
    foi-se erguendo uma muralha.
    E tu bem longe me privaste
    o sabor final da tua batalha."

    O meu favorito neste poema :) fico contente por te ver aqui na blogsfera e por ler o que escreves, que é muito muito bonito. Um beijo.

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  2. escreves msm bem... consegues passar para o papel aquilo q sentes... mts parabens.. todos os teus poemas sao lindos. continua a escrever porque o fazes mt bem e com uma beleza enorme!!!
    beijos
    Matilde

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  3. Muito obrigada :) ... vou continuar com certeza, é aquilo que mais prazer me dá.

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